Bem uma coisa que é
necessário ser dito logo de cara, é que Mediunidade não nos faz
superiores, em nenhum aspecto. Muito pelo contrario, é preciso dizer que
o discernimento é a arma mais necessária nesta estrada, pois virão a
nós medidores, pessoas de boa Fé e todo o tipo de pessoa.
Pode parecer um
contra-senso alguém dizer a uma pessoa que ela precisa verificar se a
tsara que ela freqüenta ou quer fazer parte é digna de credibilidade.
Mas, não é. A experiência demonstra que existem muitos problemas, que os
freqüentadores precisam identificar com precisão para não serem
prejudicados por eles. O Mundo Espiritual dos ciganos é um organismo que
apresenta inúmeros desvios de sua verdade, que é um mundo puro e
simples.
Outro dia um amigo me
confidenciou que estava muito preocupado com a profusão de sorrisos e
calor humano no interior das tsaras. E que se nosso povo é otimista,
trazendo nova luz para a vida, por que é que há tanta gente, que crê que
ser carrancudo, é sinônimo de seriedade dentro do trabalho em si.
De fato, o caminho que
deve vir através de seus dirigentes e trabalhadores, à guisa de manter a
seriedade, sem comprometer o seu bom humor, a simpatia, o calor humano,
como se o mundo das dificuldades que os ciganos passaram se resumisse
às suas carrancas, ao sofrimento e ao pessimismo.
Não podemos esquecer que
normalmente quem procura o mundo espiritual está com dificuldades, está
desanimado, está sofrendo. Se mantemos uma postura sisuda, com humor
fechado, e sem a luz de um sorriso, devemos saber que temos a chance de
estarmos contribuindo para influenciar negativamente aqueles que nos
procuram, piorando a sua situação.
Que jamais faltem
sorrisos, pois nada mais animador do que ser recebido com um sorriso e
com calor humano. Pois nós não somos máquinas. Somos seres humanos,
seres espirituais, tendo o compromisso de transformar o mundo para
melhor. Para que sombras em nosso rosto? Não podemos esquecer que o
abismo atrai o abismo e que sorrir sempre é a garantia de espalhar a paz
e a alegria a contagiar aqueles que estão ao nosso redor, onde quer que
seja.
E a casa espírita detém um
papel de fundamental importância como irradiadora da luz, sendo nossa
postura a lâmpada a propagar essa boa energia. Se fechamos o nosso
rosto, estaremos impedindo o fluxo dessa luz. Pois "cara" fechada não é
sinal de evolução.
Existem três perspectivas
sob as quais se pode falar em Educação Espiritual. E certo que elas
acabam se unificando num só conceito. Um aspecto deriva do outro e
formam uma visão única. Espiritualidade como Educação. A essência é a
Educação. Ter educação mediúnica, aprender. Melhor compreende o mundo
invisível quem o compreende pedagogicamente, como diria Kardec.
No relacionamento com
pessoas da assistência, o educador/trabalhador saberá exercer sua
tarefa, sem impor suas convicções. Irradiar otimismo, disposição,
energia e serenidade todas aquelas virtudes que vimos deve ser uma
conseqüência natural da sua compreensão de mundo.
Manifesta-se aí o
compromisso de agir, tanto no sentido moral quanto intelectual e mesmo
estético, sempre avaliando a vaidade mediúnica, que pode atingir tanto
nos aparatos quanto no trato pessoal. E preciso abolir o conceito
ultrapassado de que a boa vontade supre todas as deficiências. O círculo
se fecha. É imprescindível criarmos um ciclo educativo completo, pelo
qual possamos educar pessoas pelo menos humanistas, que se ponham na
sociedade e espíritas mais conscientes, e mais integrada e fundamentada.
No Brasil, houve um
processo e há, talvez historicamente necessário, de conquista do povo
cigano espiritual. Centros e Tsaras diversas atendem diariamente a
milhares de pessoas em todo o país. Com isso, esta cultura penetrou em
todas as camadas da sociedade e multiplicou adeptos e simpatizantes.
Pois a cultura espiritual dos ciganos sempre como em outras linhagens
também, se depara com freqüência de pessoas traumatizadas por perdas
dolorosas ou portadoras de complexos problemas obsessivos, ou alegóricos
a respeito da cultura espiritual, é necessário saber a hora e como
descortinar estas impressões que ficam tão arraigadas em cada ser.
A proposta da vida
espiritual, é um retorno as raízes ciganas da alma, é a libertação das
consciências e a formação de trabalhadores cientes do papel que
desempenham, pois são parceiros dos ciganos astrais.
Essa divina parceria trás
libertação de tabus, preconceitos e atitudes castradoras, que impedem o
crescimento. Há que se esclarecer o papel da casa, para nós e para o
trabalhador, a fim de que não nos percamos em meio aos pontos de vista
de certos indivíduos, que, mesmo cheios de boa vontade, estejam
desconectados com a proposta do Astral. Não basta conservar a cabeça
cheia de sonhos e de idéias maravilhosas, enquanto as mãos permanecem
vazias de realizações.
A "Incorporação" se dá
através da utilização do médium pela entidade. De certa forma poderíamos
comparar à uma espécie de "osmose' entre entidade e médium. Ou como
dizem alguns, as entidades irradiam energias sobre determinados chackras
de forma a controlar em maior ou menor grau de consciência, tomando
assim do sistema fônico, mental e da parte motora do médium, e se faz
uso para seu trabalho. Sabe-se que as entidades desencarnadas precisam
de algo que somente o ser encarnado possui, o ectoplasma.
O Astral Superior, com
certeza sabe aquilo que é melhor para cada um. Esta atitude de
convencimento pelos espíritos ciganos, o que forçará os medinores a
participar com algo mais que seu corpo, seu tempo e sua boa vontade
Terão que participar com a mente, o espírito e a responsabilidade. Terão
que estudar e evoluir, sem direito às desculpas referentes à ignorância
do que ocorre, seja espiritual, seja cultural/intelectual. È uma
maneira de forçar o ser a evoluir. Nós evoluímos, as nossas entidades
também, nada é estático, por isso devemos perceber que muitas mudanças
já ocorreram.
É, as vezes atos e
atitudes que a gente não pensa no momento, mas que nos toma de coração e
entrega, resulta e nos conduz para e pelos caminhos da espiritualidade e
sem perceber, tudo toma proporção que antes nem imaginávamos. Nesta
viagem próspera e cheia de alegrias, colhemos surpresas agradáveis e
desagradáveis pelo caminho do aprendizado, alguma pequena tristeza, um
pouco de ingratidão, bem, tudo o que faz parte desta caminhada de
evolução humana e espiritual.
Porém sabia também que
muitos trariam seu “Compromisso” astral, assumido diante das palavras
sagradas, com Amor Intenso, Visceral e para a Vida Toda. Outros não,
talvez não estivessem prontos para a grandeza do presente, e da
oportunidade que é ser medinore, pois são pessoas que podem libertar
conceitos, trazer luz, e fazer um trabalho lindo, a partir da conduta
despida de medo, auxiliando, trazendo luz e mesmo os que não fazem bom
uso do que foi ofertado,
A caminhada espiritual nos
proporciona um aprendizado valioso a respeito do ser humano. Aprendemos
sobre o Amor, a Fidelidade, a Lealdade, a Amizade, sobre os Espíritos,
sobre a Inveja, a Cobiça, o querer se Sobrepor, as Fantasias Humanas (no
bem e no mal), a Carência, a Ingratidão, a Loucura, sobre a Traição, a
Influência Nefasta, sobre a Mentira, as Incertezas, a Bajulação, sobre a
Ambição Mediúnica e tantos outros sentimentos. Que fazem parte, e trás a
verdadeira prática da fé, que caminha ao lado do entendimento e da
valorização integral da vida. É o viver para si e para o outro que
compreende a complexidade da existência e da necessidade intensa de
relacionamento com o próximo como parte do processo natural da vida. O
exercício sempre conflitou de forma bastante intensa no relacionamento
entre as pessoas. Testemunhar a religiosidade muitas vezes esteve ligado
à demonstração da vida espiritualizada por meio da honra ao
compromisso, já que não podemos medir, ou avisar a todos os que nos
procuram, que não estaremos no lugar onde foi combinado o serviço ao
próximo como uma forma de compromisso com Deus e com o mundo. Por muitos
e muitos anos, o compromisso com a plenitude da vida em seus muitos
aspectos ainda não é reconhecido por todos como deve ser a verdadeira
expressão da religiosidade, na medida em que nos intimidamos com a
primeira adversidade.
A prática da religião como
compromisso ético e social, pode ser caracterizado pelo respeito e amor
ao próximo, independente de suas diferenças; pelo cuidado e o zelo pela
Terra, preservando; agindo de forma protagonista e transformadora nas
Casas Religiosas, sendo anunciadores de boas novas e combatendo todas as
formas arbitrárias que oprimam, diminuam ou excluam as pessoas;
justamente porque o Povo Cigano, é Raça Excluída, buscada apenas na
superficialidade por aqueles que não conseguem ver além do papel
religioso (dito religioso e sem compromisso), é aquele que não pode
compreender que somente sendo um verdadeiro Cigano é que virá a ser
inconformado com esse século, mas transformador pela renovação de nossas
mentes e ações, estando presente, mesmo quando não é um tempo propício.
Ser operário da
espiritualidade é tarefa, recompensadora, mas também arriscada. Ser, é
ser alvo de críticas, perseguições, descontentamentos, e etc. Além
desses problemas, existem armadilhas que podem comprometer o desempenho e
até mesmo afastá-lo para sempre da jornada.
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